PROJETO EM ANDAMENTO 2016

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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Papel do Monitor nas Necessidades Educativas Especiais no Âmbito Escolar

Professora: Andréa Regina Marques Padilha
Escola Básica Prefeito Alberto Werner


Com base no Estudo de Caso sugerido pela Equipe do Centro de Educação Alternativa de Itajaí, apresento abaixo algumas reflexões quanto ao Papel do Monitor em auxiliar no processo educativo em sala de aula, nos horários de alimentação, recreio, uso de banheiro e deslocamentos do educando em diferentes ambientes da escola, bem como a relação entre o seu trabalho e a postura ética exigida no seu papel enquanto profissional  de apoio que atua com alunos com deficiência nas Unidades Escolares.
Para a minha pessoa, enquanto educadora,  pedagoga atuante na Sala de Recursos Multifuncional, acredito que a Postura Ética Profissional adequada em meu trabalho e no trabalho do monitor está diretamente relacionada á maneira com que eu irei conduzir minhas ações pedagógicas, meus posicionamentos com seriedade, com respeito ao educando e sua família, reconhecendo os seus limites e valorizando suas potencialidades, procurando através de minha consciência enquanto profissional, de meus valores enquanto ser humano, contribuir para que possamos conviver em harmonia no ambiente escolar e facilitar o processo de inclusão do aluno nesse meio, ressaltando sempre que precisamos respeitar e fazer cumprir os direitos garantidos por LEI a cada indivíduo.
Dentro dessa perspectiva Ética, considero de suma importância algumas ações do Monitor, que funcionariam como apoio em:

SALA DE AULA:
Procurar estabelecer Comunicação e Investigação sobre o Histórico pessoal do educando, tanto familiar quanto escolar:
- Ser cordial com a família, informar-se sobre seus interesses, gostos e costumes em casa, se faz uso de alguma medicação, como dorme, como brinca, como se alimenta em casa,...
- Conversar com outros profissionais que por ventura atendam o educando, procurando obter recomendações de cuidados necessários para lidar com a criança na área motora, fonoaudiológica, psicológica, ...
                        Manter relacionamento profissional, ético e de parceria com a profª regente: 
                        - Contribuir com o trabalho da professora regente, se possível se envolvendo no planejamento semanal, dar sugestões, pedir orientações, auxiliar as outras crianças enquanto a profª atende a criança com deficiência;
                        - Procurar envolver-se na dinâmica da sala de aula, não tornando seu acompanhamento ao aluno uma forma apática de ficarem presos “ um ao lado do outro” durante toda o período das atividades;
                        - Reconhecer a capacidade do aluno em aprender, mesmo que não no tempo dos outros. Sugerir á profª formas de adaptar as atividades que o educando não estiver  conseguindo realizar;
                        - Sinalizar á profª regente, tudo que for observando nos progressos e ou dificuldades do educando;
                        - Pesquisar junto com a profª e ou individualmente estratégias, atividades que possam ampliar as funções mentais da criança;
                        - Ampliar seus conhecimentos á cerca da deficiência do educando, á cerca de seu papel enquanto facilitadora no processo educativo, demonstrando que o monitor é mais um profissional que deve ser atuante em sala de aula e pode contribuir para auxiliar a todos: o educando, a profª, a classe;
                        - Auxiliar na exploração e aprimoramento da motricidade do educando em sala de aula;
                        - Auxiliar na Estimulação da Linguagem, da Oralidade do educando. Questionar sempre para que o aluno se expresse, incentivá-lo a participar nos momentos de atividades que envolvam Histórias, Cantos, debates, Jogos,...

                        Promover a independência e autonomia do aluno na Execução das atividades em sala de aula:
                        - Não ficar permanentemente sentada a seu lado, direcionando cada ação, cada pensamento para que ele conclua a atividade e muito menos fazer por ele;
                        - Deixá-lo pensar...tentar...errar...reconstruir em alguns momentos sozinho;
                        - Auxiliar na dosagem de complexidade das atividades planejadas pela profª regente, sinalizando quando o educando já pode avançar mais um pouquinho no nível de dificuldade;

                        ► Diversificar os Meios de Acesso ao Conteúdo em Sala de Aula:
                        - Muitas vezes uma criança com ou sem deficiência não consegue assimilar um conteúdo por meio só de explicações, uso de folhas, exercícios impressos, livros utilizados. Em alguns momentos torna-se mais acessível o entendimento através de músicas, passeios, desenhos, vídeos, exploração do concreto... se a criança não estiver conseguindo compreender através de um recurso utilizado pela profª regente, auxiliar, dar sugestões para que se troque o recurso, auxiliar a pensar em outras estratégias que se possa aplicar com o aluno;
                        Promover Trabalho com Símbolos referentes á ROTINA ESCOLAR a fim de que o educando vá percebendo-a  e adquirindo consequentemente maior respeito ás regras e limites em sala.

                        ► Promover e ou Participar de Jogos e Brincadeiras que reúnam a turma, no início ou no final da aula, para contribuir com o interesse do educando em Permanecer dentro da sala de aula:
                        - A criança apresentando dificuldade em movimentar-se (com devida autorização médica), tirá-la da cadeira de rodas, sentá-la no chão, no tapete, em cadeirinha mais baixa... através de Roda de Amigos sugerir atividades que todos utilizem as mãos, os braços, o visual, o auditivo,etc, possibilitando a participação efetiva da criança com deficiência.

            NO HORÁRIO DA ALIMENTAÇÃO:
            Ter a compreensão de que:
“ Muitas vezes não é a Deficiência que limita a pessoa, mas o ambiente, a falta de recursos”  - Valdirene Stiegler  Simão
            Procurar junto á família do educando e a equipe técnica da Unidade escolar, a possibilidade de adquirir instrumentos adaptados para a sua alimentação: talheres com reforçador, mesa que se encaixe na cadeira de rodas ou banco adaptado com encosto, bandeja, prato, copo, que facilitem o movimento da criança e que melhor contribuam para a sua independência na hora das refeições.
            Muitas vezes não necessita-se de recursos caros e inacessíveis...necessita-se de boa vontade em buscar informações com profissionais da área que poderão dar uma assessoria na escola, observando uma alimentação da criança.
            ► Auxiliar o educando a alimentar-se dando instruções OBJETIVAS e CLARAS do que se quer que ela faça.

            NO HORÁRIO DO RECREIO (Interação com os colegas):
            ► Estimular o contato com outras crianças, nem que para isso o Monitor insira-se nas brincadeiras e a medida que a interação com outra(s) criança (s) vá se dando, retire-se e fique só observando.

            USO DO BANHEIRO:
            ► Se o educando utiliza fraldas,  não cabe ao monitor ensinar sozinho o uso adequado do sanitário, nem desenvolver o controle dos esfíncteres para a retirada das fraldas. Esse processo deverá ter início na família (se for possível dentro do quadro clínico do educando) e em comum acordo, como uma parceria, o profissional poderá ir dando continuidade a esse processo na escola.
            ► Acompanhar a criança ao banheiro, auxiliando  na higiene que se fizer necessária com NATURALIDADE, RESPEITO e ZELO de forma a não expor o educando em momento tão íntimo.

            DESLOCAMENTO EM DIFERENTES AMBIENTES DA ESCOLA (FORA DA SALA DE AULA):

            ► Promover passeios para reconhecimento do ambiente escolar de forma que o educando familiarize-se com todos os percursos e através de conversas entenda que cada dependência da Unidade Escolar tem uma função específica;
            ► Estar sempre comunicando ao educando para onde irá conduzi-lo e o porquê. Se for uma volta aleatória, indagá-lo se consente em ir junto, se aceita ser conduzido como forma de respeitar sua vontade.
            ► Observar se houver necessidade de alguma rampa, algum ajuste a se fazer na Unidade Escolar para garantir o Acesso do educando em todos os ambientes, comunicando á Direção escolar caso aja algo impedindo o acesso.


                                                           “ Desejamos viver em uma comunidade que nos inclua e aceite que todas as pessoas, qualquer que seja a raça, a religião, a cor da pele ou a capacidade, tenham o direito à mesma dignidade e ao mesmo respeito. Chamaria isto de Comunidade Inclusiva e acredito que ela é a chave para o nosso futuro, se vamos nos juntar a vocês como seres humanamente iguais”.

                                               Robert Martin

Discurso pronunciado na 16ª Conferência Asiática sobre Deficiência Intelectual, realizada no Japão em 21-26 de agosto de 2003.
Robert Martin tem deficiência intelectual e mora em Wanganui, Nova Zelândia.








Monitoras: Ivonete, Kelly, Gislaine e  Ana Paula

PARABÉNS AO EXCELENTE TRABALHO DE MONITORIA QUE FAZEM EM NOSSA ESCOLA!